Nesta terça-feira (4), a paralisação afetou 8.328 agências de bancos públicos e privados, o que equivale a 41,5% dos pouco mais de 20 mil estabelecimentos existentes no país.
O Comando Nacional dos Bancários, reunido em São Paulo, divulgou nota “repudiando” o silêncio dos bancos, que, segundo a entidade, não retomaram as negociações para apresentar nova proposta aos trabalhadores.
“Os bancos estão agindo de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos bancários para retomar o processo de negociações”, diz o texto.
“Desde o início reafirmamos nossa disposição para o diálogo, que consideramos o melhor caminho para resolver o impasse”, afirma, por meio de nota, Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
“Todos os integrantes do Comando estiveram de plantão nesta terça em São Paulo para retomar as conversas e a Contraf-CUT enviou uma carta à Fenaban com o mesmo objetivo.
Mas não tivemos qualquer resposta dos bancos”, afirma o dirigente.
A nota do Comando Nacional encerra afirmando que “a culpa da greve é dos bancos.
Os bancários querem respeito, dignidade e compromisso com o Brasil e os brasileiros”.
Reivindicações
Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado, após a quinta rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida no dia 23.
A proposta patronal contemplava reajuste de 8% sobre os salários, o que representa aumento real de 0,56%, segundo a Contraf.
A reivindicação da categoria é de 12,8% de reajuste, sendo 5% de aumento real.
Os bancários pedem, ainda, valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, melhoria do atendimento aos clientes, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.
“Dados do Dieese mostram que o salário inicial dos bancários brasileiros é menor que o piso dos trabalhadores argentinos e uruguaios.
Isso é um absurdo, uma vez que os bancos brasileiros estão entre os maiores e mais lucrativos do continente”, diz, em nota, o dirigente sindical.
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