sábado, 8 de outubro de 2011

A inflação brasileira medida pelo IPCA acelerou o aumentou de passagem aérea, combustível e alimentos.

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A inflação brasileira medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou em linha com o esperado em setembro, pressionada sobretudo por transportes e habitação, e a taxa em 12 meses distanciou-se ainda mais do teto da meta.

O indicador subiu 0,53 por cento em setembro, após alta de 0,37 por cento em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Foi a maior alta nesse mês desde 2003.

Analistas ouvidos pela Reuters previam taxa de 0,54 por cento.

"A maioria dos grupos aumentou em setembro, em especial os com maior peso", disse a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.

A principal pressão individual no mês veio de passagens aéreas, com salto de 23,4 por cento e impacto de 0,09 ponto percentual.

"Setembro foi um mês de férias e normalmente as companhias aeres retiram de venda as passagens com preços promocionais.

Houve também o Rock in Rio que aumentou muito a procura por passagens e os preços subiram."

Assim, os preços do grupo Transporte subiram 0,78 por cento em setembro, ante queda de 0,11 por cento em agosto, impactado ainda pelo aumento dos combustíveis, de 0,69 por cento.

Outras pressões vieram de alugueis residenciais, gás de botijão e tarifa de água e esgoto, que contribuíram para a aceleração da alta de preços do grupo Habitação, de 0,32 por cento em agosto para 0,71 por cento em setembro.

Os preços do grupo Alimentação e bebidas foram responsáveis por 28 por cento da taxa do mês, ao subirem 0,64 por cento em setembro, mas a variação foi inferior à do mês anterior, de 0,72 por cento.

Itens de peso no orçamento familiar como feijão, açúcar, arroz, refeição fora de casa, carnes e frango ficaram mais caros.

"O feijão tem o problema da seca na região produtora, a refeição fora de casa vem subindo bastante com o aumento da renda e dos custos,o açúcar tem problema de quebra de safra e as carnes têm uma demanda interna maior", disse Eulina.


PERSPECTIVAS


Para outubro, a LCA Consultores prevê uma inflação entre 0,40 e 0,45 por cento.

"Esperamos que no IPCA de outubro o grupo Alimentação e bebidas registre nova desaceleração, ainda que discreta, passando... para algo próximo a 0,50 por cento.

Também esperamos desaceleração do grupo Transportes, em boa medida pela perda de fôlego do álcool e da gasolina --este último influenciado pela Cide-- e de avião."

Em setembro, a taxa acumulada em 12 meses subiu 7,31 por cento até setembro, a maior desde maio de 2005, ante 7,23 por cento até agosto, seguindo acima do teto da meta perseguida pelo governo, que é de 6,5 por cento.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os analistas dizem que esse foi o pico e que a tendência a partir de outubro é de desaceleração da variação em 12 meses, sobretudo em razão da saída das taxas fortes dos últimos meses de 2010 .

No ano até setembro, o IPCA acumulou elevação de 4,97 por cento.


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