quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sindicalistas rejeitam propostas e Correios e bancarios continuam em greve e sem previsão de término

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Os sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul rejeitaram a proposta acertada na última terça-feira, 4, entre a estatal e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect).

Com isso, a greve dos funcionários dos Correios deve continuar em todo o País.

Nesta tarde, ainda serão realizadas assembleias nos outros Estados, mas o próprio presidente da Fentect, José Rivaldo da Silva, reconheceu que, com a rejeição por parte desses sindicatos, que são os mais representativos do País, o movimento grevista deve continuar até que o dissídio da categoria seja julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Segundo Elias Cesáreo de Brito Júnior, presidente do Sintect de São Paulo, o principal ponto de insatisfação da categoria é o desconto de seis dias na folha de pagamento e a compensação dos outros 15 em finais de semana.

Ele explicou que atualmente um funcionário dos Correios que trabalha aos sábados tem direito a dois dias de folga por semana. Mas, na forma estipulada no acordo, cada sábado trabalhado compensará apenas um dia parado.

Outro ponto de insatisfação, segundo Brito Júnior, está no fato de os Correios não terem aceitado dar o aumento linear de R$ 80,00 a partir de 1º de agosto, data base da categoria.

Pelo acordo fechado ontem, esse acréscimo incidirá apenas a partir do salário de outubro.

Amanda Gomes Corcino, presidente do Sintect do Distrito Federal, admitiu que, com a rejeição da proposta, haverá o desconto automático de todos 21 dias da greve.

Mas, ela ponderou que os trabalhadores preferiram deixar a decisão para o TST ao invés de aceitar as condições até então acordadas.

Ela disse que espera que até segunda-feira, quando está marcada nova audiência no TST para discutir a questão, as negociações avancem com a empresa em relação à compensação dos dias parados e também em relação ao aumento real nos salários.

A greve nacional dos bancários de 2011 já é a mais forte dos últimos 20 anos, segundo comunicado divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Os bancários fecharam 8.556 agências de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal nesta quarta-feira, nono dia de paralisação, superando o pico da greve de 2010, quando os trabalhadores pararam 8.278 unidades em todo país.

O balanço foi feito pela Contraf-CUT a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 19h.

“A força da greve é fruto da insatisfação cada vez maior dos bancários com o silêncio da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que se mantém intransigente e não retoma o processo de negociações”, afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, em comunicado enviado à imprensa.

“Que os bancos não se enganem: a greve continuará crescendo ainda mais se eles teimarem em não dialogar e fazer uma proposta decente, que atenda as justas reivindicações dos bancários”, disse o sindicalista.

Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, após a rejeição da proposta de reajuste de 8% apresentada pela Fenaban na quinta rodada de negociações, que significa apenas 0,56% de aumento real.

Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.

A Contraf-CUT afirma não ter recebido até agora resposta para a carta enviada na terça-feira à Fenaban.

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