domingo, 2 de outubro de 2011

Veja porque brasileiro gasta tanto para comer fora de casa.

Botão compacto
Fomos às ruas para descobrir por que comer fora ficou mais caro e realizou a blitz do prato feito.

Nas grandes cidades a cena se repete. “É difícil por causa do horário. Você tem que acordar cedo, correr, embarcar em um trem, ônibus ou metrô”, comenta a locutora Sandra de Jesus.

Com uma rotina dessas, a única alternativa é comer fora de casa. “Absoluta falta de tempo, não por outro motivo”, disse o marceneiro Arivaldo Soares da Silva.

“Todas as refeições do dia eu faço fora de casa”, contou o adovogado Antônio Fonseca Hotmann.

Mas comer na rua está cada vez mais caro. Esta semana, o IBGE divulgou o IPCA-15, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Nos últimos doze meses, sair de casa para comer subiu em média 11%. É o índice mais alto dos últimos três anos.

“Não é só por conta dos alimentos. Outros fatores também vêm contribuindo para que isso aconteça. Fazer uma manutenção no restaurante, um conserto: isso também implica em aumento de preços”, explica Eulina Nunes, coordenadora de índices de preços do IBGE.

Qual foi a cidade do Brasil onde o preço subiu mais nos últimos 12 meses? A capital Curitiba foi a campeã. Lá, comer fora de casa está 16,24% mais caro. Em seguida, vem Fortaleza (12,93%), Recife (12,92%), Salvador (11,97%) e Porto Alegre (11,97%).

São Paulo ficou em nono lugar (10,02%), abaixo da média nacional. “Os comerciantes aumentam com mais frequência, o que não acontece nas cidades menores”, acrescenta Eulina Nunes, coordenadora de índices de preços do IBGE.

Com esse aumento, o Fantástico resolveu fazer o teste do prato feito para saber: quanto o brasileiro está gastando para comer fora de casa? Visitamos restaurantes de algumas cidades e escolhemos um prato tipicamente brasileiro: o prato feito, o popular “PF”: arroz, feijão, carne e uma salada.

Às vezes, os ingredientes podem mudar um pouquinho. Vale satisfazer o cliente.

Um macarrão, uma batata-frita e como não incluir o ovo? Cada região dá o seu toque no cardápio.

Nossa blitz do prato feito começa em Salvador. Lá o preço variou.

A equipe de reportagem do Fantástico encontrou prato feito de R$ 5,50 até R$ 8.

Para o consumidor, “a maior dificuldade é aliar a qualidade e sabor com o preço”, aponta um jovem.

Depois fomos até Recife, onde tem prato feito de R$ 9,50, mas também tem PF que custa R$ 6.

“Chega no final do mês já vai se embora a metade do salário”, diz a professora Rosária de Abreu.

“Se a gente for falar, um quilo de peixe é R$ 8,90. A gente come uma fatia de peixe, uma posta de peixe, e gasta R$ 9,50. Realmente, se torna caro se for pensar na economia”, conta a educadora Raquel Ramos do Nascimento.

Em Fortaleza, tem PF de R$ 5, mas também tem os que custam mais que o dobro: R$ 12.

No Sul do país, fomos para Curitiba, a cidade que teve o maior índice pela pesquisa do IBGE. O preço do prato feito variou de R$ 5,50 até R$ 13. Depois, chegamos até Porto Alegre, onde encontramos pratos de R$ 9 a R$ 12.

“Tive que aumentar. Eu aumentei 7%, porque realmente eu já não tinha mais para que lado correr”, justifica a dona de restaurante Valéria Bica Calderan.

Seguimos para a maior cidade do país. Mesmo ficando em nono lugar no ranking do IBGE, é em São Paulo que se gasta mais para comer fora de casa.

Na cidade do Brasil com o maior número de restaurantes, andar um pouco mais e pesquisar ainda são as melhores maneiras para pagar menos pela comida.

Em um restaurante, por exemplo, são oferecidos 27 tipos de pratos feitos que custam de R$ 13 a R$ 38.

Mas o que prato de R$ 38 tem de tão especial? “Tem picanha maturada, arroz à grega, feijão, fritas e uma salada de agrião”, afirma um funcionário do local.

Para quem mora na cidade que nunca para, difícil é evitar comer fora de casa.

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