terça-feira, 4 de outubro de 2011

Economizar e investir é mais fácil do que parece, aprenda e comece agora.

Botão compacto
Um dia, no intervalo do trabalho, você come um lanche na padaria. O sanduíche custa R$ 5 e um suco sai por R$ 3.

Os R$ 8 da conta não são um grande gasto para uma tarde, mas e se esse hábito se tornar rotina?

Ao final de um ano, você terá gastado R$ 3 mil. Se, ao invés de comprar o lanche, você aplicar essa quantia em um investimento que renda 6% ao ano (lucro de poupança) durante 25 anos, os R$ 3 mil se transformarão em cerca de R$ 165 mil. Ficou surpreso?

Esse é um bom exemplo para mostrar como os pequenos gastos, aqueles que a gente faz quase sem notar, engolem uma parte do nosso orçamento que poderia ser investida.

Se você gostou da ideia, aprenda abaixo como é fácil poupar um pouquinho a cada mês e começar agora mesmo seu pé de meia!

Os pequenos gastos habituais variam de pessoa para pessoa e são bastante específicos, mas na maioria das vezes têm a ver com manias e rotinas.

O cafezinho de todo dia, o café da manhã na rua, um chocolate para aliviar os problemas do trabalho. “Algumas pessoas podem perceber isso no dia a dia. Às vezes nem é diário, mas uma mania rotineira que acaba levando a esse gasto”, salienta a economista e consultora Viviane Sakamae Stivanello.

“É mais psicológico do que financeiro, por isso que não se percebe. São válvulas de escape por causa do estresse”, complementa. Afinal, entre levar para o trabalho um almoço de casa ou sair para fazer a refeição na rua com os colegas, muitos escolhem a segunda opção – sem que isso tenha qualquer relação com dinheiro.

Flavia Possas, economista e mestre em Psicologia Econômica e do Consumidor, explica que prestar atenção a como o dinheiro vai embora é uma atitude ainda mais fácil de ser tomada nos gastos médios – como, por exemplo, nos almoços de quem é obrigado a fazer as refeições fora de casa.

“Não é um hábito tão pequeno. Às vezes um almoço desses que você economiza vale por 20 cafezinhos”, diz Flavia. Além disso, quem tem mais poder aquisitivo e costuma ir a jantares ou baladas pode gastar em torno de R$ 100 por saída. Uma noite dessas em casa já é uma boa quantia economizada e pronta para ser investida.

Atenção ao orçamento – Tanto Viviane quanto Flavia recomendam: o primeiro passo para organizar as finanças e descobrir o buraco é fazer um orçamento.

“O ideal é usar o orçamento doméstico e notar onde está o gasto, anotar tudo, qualquer fator estimulante que esteja levando parte da renda sem que a pessoa tenha se planejado para isso”, aconselha Viviane.

O problema, nesses casos, é não saber para onde o salário está indo: sem controle não sobra dinheiro. “As pessoas vivem no automático, vão levando a vida, fazendo as coisas meio sem pensar e não fazem o orçamento para conferir quanto estão gastando”, lamenta Flavia.

Para o orçamento, vale o método que for melhor para cada um: anotar no caderninho, manter uma planilha, transpor os dados para um software.

O imprescindível é ter controle. “Na nossa cabeça, a gente só soma os itens mais pesados. Soma pratos, mas esquece o que bebeu, o serviço, o couvert.

Lembra das coisas grandes, os gastos maiores, aluguel, gasolina, e esquece justamente os menorzinhos ou médios”, explica a economista.

Tentação - O difícil nisso tudo é não ceder à vontade quando o que queremos comprar parece tão pequeno na comparação com o resto do orçamento.

É aí que entra o autocontrole. “Temos uma gama muito grande de novos produtos sendo oferecidos a cada dia, de entretenimento a setor alimentício, e acabamos participando dessa oferta tão grande de novidades”, afirma Viviane.

Para a consultora, o hábito de levar adiante esses gastos cotidianos que poderiam ser facilmente evitados é uma tendência do consumo mundial – também porque envolve a questão psicológica, que é igual em qualquer parte.

Com o orçamento, temos o cálculo de quanto aquela mania corriqueira suga por mês. Ao invés de economizar em um cofre ou separar na conta a cada dia o valor desse gasto, a recomendação é retirar esse valor do salário logo no dia do recebimento e já aplicar.

Flavia explica que isso é importante porque, sem uma organização prévia, a vontade do momento sempre sai ganhando.

“Se começar a fazer esse controle, você sabe quanto pode gastar e vai saber que neste mês está ficando apertado. ‘Não vou poder ir nesse jantar, não vou poder comprar essa roupa.’ Se deixar solto, vai gastar todo o dinheiro, indo ao sabor dos desejos”, diz.

Depois de separar a quantia economizada, é hora de aplicar o dinheiro. Investimentos iniciais em ações e títulos públicos não precisam de uma quantia elevada (para adquirir papéis do Tesouro Direto, por exemplo, é preciso um aporte de R$ 200), mas alguns fundos de investimento exigem uma entrada mínima.

Vai depender do produto que você escolher – vale salientar que o grande conselho para qualquer investidor iniciante é “nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”.

“A maioria das pessoas não investe porque diz que não têm condições de investir.

Você pode investir, só precisa enxergar que pode”, garante Viviane. E seguindo esses passos, entrar no mundo dos investimentos vai estar mais perto do que nunca!



Exemplo de Economia*


Veja abaixo um exemplo preparado pela consultora Viviane Sakamae Stivanello de como é fácil investir guardando o dinheiro que equivale a um lanche diário – R$ 7.

Economia diária com aplicação mensal
Valor Taxa 15 anos 30 anos
R$ 7,00 dia 6% a.a R$ 60.251,60 R$ 204.647,72
R$ 7,00 dia 9% a.a R$ 76.994,09 R$ 357.443,72
Investimento R$ 37.800,00 R$ 75.600,00
Lucro 6% a.a R$ 22.451,60 R$ 129.047,72
9% a.a R$ 39.194,09 R$ 281.843,72

* Os valores acima são dados líquidos sem a inclusão de taxas administrativas. O rendimento líquido vai variar de acordo com o perfil do investimento e dos custos de taxas e corretagem.


Um comentário:

  1. Amei Vivi. É uma matéria muito boa. Já repassei.
    Deus abençoe !!!

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