domingo, 18 de setembro de 2011

Presidente da JAC Motors no Brasil, Sérgio Habib, diz que não tera investimento no Brasil devido IPI.

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Devido ao anuncio do governo Brasileiro, o presidente da JAC Motors no Brasil, Sérgio Habib, disse nesta sexta-feira que o decreto que aumentou o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para veículos importados inviabiliza a construção da fábrica da montadora chinesa no país.

O investimento previsto pela JAC nesta fábrica é de US$ 600 milhões.

"Do jeito que está hoje, fica inviável [a construção]", disse.

Habib ponderou que pretende negociar com o governo e que, por ora, o projeto não está suspenso.

"Só começaremos a produção no início do ano que vem, e até lá, as coisas podem mudar. E acho que vão mudar."

O executivo ressaltou, no entanto, que só poderá começar o projeto se houver "segurança jurídica de que seu investimento é viável economicamente".

Antonio Scorza/France Presse

Veículo da chinesa JAC Motors em concessionária no Rio

Ele garantiu que, por enquanto, a JAC tem estoque superior a 30 dias, e que até lá, a empresa não irá aumentar o preço dos carros. "Não vamos repassar isso integralmente. Por enquanto nossos preços continuam os mesmos."

Segundo ele, a JAC pretende cortar custos em propaganda e margem de lucro das concessionárias e do importador.

Mais cedo, a Abeiva (associação dos importadores de veículos) afirmou que a medida é lobby da indústria automotiva brasileira contra o crescimento do comércio de carros importados no país.

O presidente da entidade, José Luiz Gandini, disse que a concorrência com os importados impede que as montadoras elevem os preços do veículos no mercado interno.

De acordo com a Abeiva, o consumidor deverá sentir o impacto do aumento do imposto maior no preço dos carros importados em cerca de um mês.

O ministro Guido Mantega afirmou ontem que a mudança pode representar reajuste de 25% a 28% nos preços para carros que não atenderem às exigências.


PREÇO E PRAZOS

O decreto 7.567, que regulamenta o aumento do IPI para veículos importados ou que não atendam a novos requisitos de conteúdo nacional, foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União e começou a valer.

Entre as determinações exigidas pelo governo, está a utilização de 65% de componentes fabricadas no país nos carros, realização de investimentos em inovação, pesquisa de desenvolvimento tecnológico no país, correspondente a 0,5% da receita bruta total de vendas de bens e serviços.

As empresas também terão que atender, em 45 dias, pelo menos seis de 11 etapas de produção definidas pelo governo. Entre elas, fabricação de motores e montagem de chassis.




Durante os 45 dias, todas as montadoras estão habilitadas provisoriamente ao novo regime automotivo e o imposto continua nos níveis atuais, mesmo para as importadoras.

O decreto também determina que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior será o responsável por fazer a habilitação definitiva dessas fábricas.

Caso seja constatado que elas não cumprem as exigências determinadas pelo governo elas terão de recolher posteriormente a diferença de IPI referente a esses 45 dias.

A associação também irá publicar, amanhã, uma carta aberta endereçada à presidente Dilma Rousseff afirmando que a medida é inconstitucional e que fere o bolso do consumidor brasileiro.

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